quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Querido Papai Noel....


Esse ano eu fui uma menina bem boazinha. Escovei os dentes todos os dias, dei o lugar onde estava sentada pra uma velhinha sentar, não fiquei com o primeiro imbecil que me aparecesse – ta, tudo bem... talvez com um ou dois, mas esses não contam – A última vez que te escrevi uma cartinha eu tinha uns cinco anos, mas aí o Bruno – gordo, catarrento e de cabelo sujo – levantou da carteira e começou a gritar: ela é bobona, ela acreditaaaaa!! Aí eu chorei, pô eu estava na primeira série, tinha todo o direito de acreditar! Então, quando eu cheguei em casa perguntei para minha mãe se o senhor existia... ela disse: Não existe filha!(que crueldade)

Poxa, meu mundo caiu naquele momento. E não quis mais saber de você. Então, o mundo ficou cinza e sem graça... e o Papai Noel do shopping não passa de um velho que não vai te dar nenhum presente, que não suporta criança, mas finge uma simpatia fora do normal, que está morrendo de calor naquela roupa ridícula e que não tem tempo para lavar a sua única calça vermelha. (eca)

Esse ano eu fui uma menina meiga, linda e bem boazinha, daí, eu pensei que nada mais juto que resgatar a fé que ainda há em mim e te fazer um pedido: Senhor Noel, eu acredito no AMOR. Tá, eu sei que é uma coisa dificílima de acreditar e que nenhum velho de calças vermelhas, um saco, viadinhos e que no máximo te dá um pirulito em troca de uma sentadinha no colo irá me dar. Eu ainda acho que o senhor vai me dizer: pega seus livros, o computador, um cachorro e se mude para o Pólo Sul. Congelada e sozinha com certeza você viverá melhor! Mas véio, não sei se você sabe: eu sou Sagitariana – grande merda, né? – e reza a lenda que esse tipo de pessoa é extremamente teimosa, coincidência ou não: eu sou teimosa, cabeça dura e sim: ainda acredito no AMOR! Eu acredito sim!! E não importa que o catarrento do Bruno grite igual retardado sem coração: “Ela acredita!”. Escuta aqui, pirralho: eu acredito no AMOR e ainda acho que dá pra sonhar. Seu imbecil , ouviu? Eu acredito sim!

Seu Noel, na moral? Eu cansei. Só preciso que seja natural, simples e fácil. Eu não quero agir da forma que me falam que se deve agir, eu só quero ser eu mesma, saca? Eu não quero poucos. Eu não quero muitos. Eu quero um. Um amor. Só um e só meu.

Já tive o suficiente daquele resto que a gente insiste em dizer que é amor, já provei o suficiente pra saber que o Bruno estava certo em gritar, rir e dizer que não existe. Agora Noel, eu quero sentar no seu colo – e não me venha com pirulitos – e quero que exista um pouco de amor e pureza nisso que chamamos de vida.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Porque, quando você está com medo da vida, é na minha mania de rir de tudo que você encontra forças. E, quando você está rindo de tudo, é na minha neurose que encontra um pouco de chão. E, quando precisa se sentir especial e amado, é pra mim que você liga. E, quando está longe de casa gosta de ouvir minha voz pra se sentir perto de você. E, quando pensa em alguém em algum momento de solidão, seja para chorar ou para ter algum pensamento mais safado, é em mim que você pensa. Eu sei de tudo.


Tati Bernardi